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Os perigos da mídia social


Trent Reznor, vocalista do grupo de rock norte-americano Nine Inch Nails, decidiu excluir perfis que mantinha em diversas redes sociais, como o Twitter. Segundo ele, há problemas de falta de privacidade. Ademais, ele acredita que, nos sites de relacionamento, "os idiotas mandam".


O blog ReadWriteWeb comentou o assunto. E pergunta: os trolls - alguém que busca provocar outras pessoas, numa espécie de cyberbulling - estão destruindo as redes sociais? Uma das soluções seria coibir o anonimato na rede. Pessoas que não se identificam estariam mais propensas a escrever comentários polêmicos.


No ano passado, o blog Infosfera publicou dez sugestões de como lidar com trolls. Discordo do último ponto, que reflete sobre a suposta vantagem de um troll também gerar audiência. 


Cuidado com o que expõe na internet


O caso que citei acima envolve uma celebridade. Pessoa que tem uma estrutura maior para lidar com tais problemas. Entre os usuários comuns, os danos tendem a ser maiores. Até porque muitas delas não tem noção do que é ter aspectos da sua vida revelados para o grande público. Em relação ao culto à celebridade, muitos percebem apenas os aspectos positivos da fama.


Um dos conselhos de Scott McNulty (do blog The Unofficial Apple Weblog) citadas no livro Blogging Heroes, livro de Michael A. Banks que entrevista blogueiros norte-americanos conhecidos, é “não escrever nada num blog que você não diria frente a frente”.


Esse é um conselho para o qual mais pessoas precisam atentar. Vários casos de comentários feitos no serviço de mensagens curtas Twitter geraram problemas em 2009. No primeiro, um candidato critica uma vaga de emprego. Noutro, uma viagem a trabalho em que se fala mal da cidade visitada cria polêmica entre os funcionários de uma empresa ligada ao local. Antes, um jurado já havia feito comentários num tribunal, o que pode anular um julgamento de US$ 12,6 milhões.


E estamos falando apenas de casos recentes, ligados ao Twitter. Embora haja inúmeros fatores positivos proporcionados pela web 2.0 - cada vez mais há, por exemplo, produtores de conteúdo; relações sociais são ampliadas etc.- há também fatores negativos, que muitas vezes são ignorados. Segundo Alexander van Elsas, quesitos como segurança e privacidade dos dados são alguns fatores relegados em detrimento de planos de negócios. Veja os cinco pontos listados por ele, acompanhados de algumas ponderações minhas.


Roubo de identidade

Roubar a identidade de alguém é mais fácil do que se pensa. Além disso, o Google tem uma memória de elefante. Podemos encontrar nomes, datas de nascimento, membros da família, histórico do trabalho, da escola etc. Da mesma forma é possível achar endereços de e-mail, informações de cartão de crédito… Isso pode ser utilizado para trotes online, para compras não requisitadas, entre outras atividades. Vale lembrar que, apenas pesquisando em sites de busca, um hacker conseguiu encontrar os dados necessários para identificar a senha do e-mail no Yahoo! de Sarah Palin, então candidata à vice-previdência dos EUA pelo partido republicano.


Tudo que faz online pode ser usado contra você

Atividades antigas, do período do colégio, como postar fotos online; Pontos de vista sobre temas polêmicos, como política, religião, preferência sexual etc. Informações descontextualizadas ou opiniões que já não expressam suas posições atuais podem ser utilizadas de maneiras que não foram pensadas por você. Isso porque não temos controle sobre os dados referentes a nós que estão armazenados na web. Há quem participe de comunidades no Orkut por gracejo mas que são avaliadas negativamente por headhunters. Para piorar, muitas pessoas fazem cadastros em diversos serviços online, mas não visitam novamente essas páginas, deixando vários dados expostos. O ideal seria proteger esses dados -já que as redes sociais procuram, de certa forma, melhorar seus sistemas de proteção à privacidade – ou simplesmente apagar algumas contas de serviços que não são utilizados.


As informações apontam para você

A idéia de anonimato na internet vai se tornando fantasiosa. Bancos de dados conseguem, muitas vezes, rastrear nossos passos. Ademais, muitas das atividades feitas online – como bater papo em comunicadores instantâneos, utilizar redes sociais e ler e-mails – necessitam de nossa identificação via login. Além disso, uma mesma empresa possui vários serviços que se comunicam entre si, o que facilita a coleta de informações sobre uma determinada pessoa.


Você não tem controle sobre seus dados de usuário

O valor dos sites da chamada Web 2.0 decorre, em grande parte, dos dados coletados sobre os usuários. Redes sociais, por exemplo, coletam essas informações – o que você faz, as atividades de seus amigos etc. – para incrementar suas receitas, oferecendo publicidade contextualizada. Entretanto, você pode proteger seus dados de outras pessoas que não estão adicionadas como seus contatos, mas não tem como proteger sua privacidade da rede de relacionamento, que coleta esses dados para fins que você desconhece.


Com quem você está falando?
Na internet, muitas vezes quantidade é confundida com qualidade. Nas redes sociais, por exemplo, adicionam-se vários amigos, que na verdade são meros contatos (alguns nem se tem certeza de quem realmente são). Isso se torna perigoso principalmente para usuários menos experientes de internet, crianças etc. Pode parecer uma discussão equivocada, mas num país em que há idosos que pedem ajuda a pessoas desconhecidas em caixas de auto-atendimento bancário, o debate torna-se relevante.





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