Sempre considerei falha a dicotomia entre velha e nova mídia, assim como a distinção entre on e off line. Um meio de comunicação antigo pode ser revisitado, reinventado até. Por outro lado, uma nova tendência de comunicação pode não vingar, ser abandonada sem que haja uma ampla utilização dela. Ademais, hoje os meios apontam para uma simbiose entre eles. Cada vez mais a convergência se mostra verdadeira.
O que conta é a reputação. E, se uma empresa goza de prestígio em outras áreas de comunicação, ele poderia transferir seu quinhão de credibilidade também para projetos online.
Ainda mais com a ampliação do público que usa a grande rede, em especial as pessoas de mais idade. Elas procurarão informações nos veículos que já confiam. Ou seja, os espaços virtuais de empresas tradicionais podem sair ganhando.
Qual será a fonte mais utilizada para conseguir informação, num mundo em que cada vez mais se cria conteúdo online (via blogs, redes sociais etc.)? Para além da disputa -boba- entre blogueiros e jornalistas, não acredito numa separação tão definida. Há espaço para a mídia consolidada, novas propostas de divulgação e a simbiose entre os diversos meios de comunicação. O que vale, no final das contas, é a credibilidade do veículo.
Henry Jenkins, autor do livro “Cultura da Convergência”, acredita no surgimento de um novo cenário. Para ele, novas e velhas mídias colidem, bem como a comunicação corporativa e a alternativa, produtores e consumidores. E todos interagem de forma imprevisível. Até porque não se trata de uma convergência que ocorre entre aparelhos eletrônicos, mas sim “dentro dos cérebros de consumidores individuais e em suas interações sociais com outros”.